Infertilidade
conjugal é definida com a ausência de gravidez após 12 meses de relações
sexuais, regulares e sem uso de métodos contraceptivos. As causas podem ser
devidas em 40% das vezes a fator feminino, 40% a fator masculino, e em 20% dos
casos, ao casal. Cerca de 20% dos casais têm problemas para engravidar e
procuram o ginecologista na tentativa de solucionar este problema.
Muitos
fatores podem estar envolvidos, alguns fáceis de serem solucionados, cabendo ao
ginecologista realizar uma pesquisa inicial para investigação diagnóstica. Deve
ser realizada uma anamnese e exame físico detalhados, pesquisando alterações do
ciclo menstrual, antecedentes de doença inflamatória pélvica, história de
abortamentos, cirurgias pélvicas, doenças sistêmicas coexistentes (diabetes,
tireoidopatia, obesidade), e disfunções sexuais.
RESERVA OVARIANA: A fertilidade diminui com a idade, com declínio acentuado a partir dos 35 anos. A realização de uma ultrassonografia transvaginal basal para contagem de folículos antrais e a dosagem do hormônio FSH entre o 2º e 4º dias do ciclo menstrual avalia a reserva ovariana e o potencial reprodutivo da mulher.
PESQUISA DA OVULAÇÃO: De grande importância é a pesquisa da ovulação, cujo distúrbio caracteriza-se clinicamente por irregularidade menstrual, e é responsável por 20% dos casos de infertilidade. Pode ser avaliada pela realização de ultrassonografia transvaginal seriada, que avalia o crescimento folicular e do corpo lúteo, e pela dosagem sérica de progesterona na fase lútea (21º dia do ciclo).
FATOR TUBÁRIO: As doenças sexualmente transmissíveis, como por exemplo a clamídia, são de grande prevalência, e produzem processos aderenciais, alterando a anatomia das trompas, assim como sua obstrução. O estudo da permeabilidade das trompas pode ser realizado por um exame chamado histerossalpingografia.
FATOR UTERINO: A cavidade uterina pode ser avaliada pela histeroscopia, que diagnostica eventuais patologias como os miomas e os pólipos endometriais.
FATOR MASCULINO: Avaliar antecedentes de infecções genitais, traumas,
varicocele, cirurgias pélvicas, exposição a agentes químicos e radiação,
tabagismo e uso de medicações. Deve ser realizada análise seminal com o
espermograma, e avaliados alguns parâmetros, como volume, viscosidade, concentração,
motilidade, morfologia. Em casos de ausência ou diminuição dos espermatozóides,
realiza-se avaliação hormonal, ultrassonografia da bolsa escrotal e, até
biópsia testicular.