segunda-feira, 16 de julho de 2012

TRATAMENTO E MANUTENÇÃO DA FERTILIDADE EM PACIENTES COM CA DE MAMA



O câncer de mama costuma ser o mais temido pelas mulheres. Seus efeitos psicológicos afetam a sexualidade e a sua própria imagem. É relativamente raro antes dos 35 anos de idade, com sua incidência aumentando progressivamente a partir desta faixa etária. Aproximadamente 20% das mulheres apresentam-se em idade reprodutiva.


Seu desenvolvimento está ligado à exposição aos estrógenos. Em um ciclo de fertilização in vitro (FIV) há uma elevação curta, porém significativa de estrógeno. O efeito da FIV nas taxas de câncer de mama muda bastante dependendo da idade da mulher. Em pacientes mais jovens que começaram o tratamento, há uma maior associação com o risco de desenvolver a doença.

A idade avançada e o uso de quimioterápicos no tratamento do câncer são os fatores que mais interferem com a fertilidade, com risco quatro vezes maior para desenvolver falência ovariana. Os quimioterápicos aumentam o risco de amenorréia por diminuir o número de folículos ovarianos por apoptose.

Os procedimentos de preservação da fertilidade com a reprodução assistida são disponíveis, todavia, consomem tempo, interferindo no início do tratamento do câncer. Além disso, alguns procedimentos de preservação da fertilidade são baseados no tratamento hormonal, considerados contra-indicados nestas pacientes.

A criopreservação de embriões (congelamento de embriões) combinada à fertilização in vitro, consiste na técnica de reprodução assistida utilizada em pacientes com câncer de mama.  É o procedimento recomendado antes da quimioterapia. Sua desvantagem é porque retarda em cerca de quatro semanas o início do tratamento do câncer.

Após o tratamento, pacientes inférteis podem recorrer à transferência dos seus embriões congelados. Sua maior desvantagem é a necessidade de utilização de estrógeno e progesterona para preparo do endométrio, que pode estar contra-indicado por fator imunoistoquímico do câncer de mama.

Podem ainda ser utilizados os agonistas do GnRH, durante a quimioterapia, para induzir uma quiescência ovariana. Entretanto, os dados sobre a preservação da fertilidade nas pacientes ainda não são consistentes. As evidências clínicas acumuladas observaram que as mulheres com câncer de mama que engravidam subseqüentemente não apresentam comprometimento do tempo livre de doença e sobrevida. Mulheres que permanecem férteis após a quimioterapia devem ser aconselhadas a adiar a gravidez por dois anos, pelo risco elevado de recorrência tumoral no período.


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