A obesidade possui um impacto muito grande na saúde, inclusive na
fertilidade. Segundo dados do Ministério da Saúde, o excesso de peso atinge 30%
das mulheres em idade fértil no Brasil. A relação entre a obesidade feminina e
a fertilidade é complexa, e seus efeitos negativos na reprodução humana são
amplamente discutidos.
O excesso de peso tem sido associado à infertilidade e à irregularidade
menstrual. Mulheres com excesso de peso, mesmo não apresentando a conhecida
Síndrome dos Ovários Micropolicisticos, sofrem dos mesmos problemas de
anovulação e irregularidades do ciclo menstrual.
O excesso de gordura corporal na mulher pode alterar os níveis de
insulina liberados pelo pâncreas, o que leva a um aumento na produção de
estrógeno pelos ovários, dificultando a liberação dos óvulos e limitando as
chances da mulher engravidar. Assim, acredita-se que o melhoramento na
resistência à insulina atingida com a perda de peso tem mais importância no
retorno à ovulação normal.
Entre as consequências da obesidade têm-se: atraso para concepção
espontânea, aumento das taxas de abortamentos espontâneos, baixa resposta aos
tratamentos para infertilidade, além da maior predisposição a complicações
obstétricas. A infertilidade feminina em pacientes com sobrepeso e obesas está
relacionada principalmente com a alteração nos esteróides sexuais.
Cerca de 6% dos casos de infertilidade primária em mulheres podem estar associados ao excesso de peso. Destas, mais de 70% podem vir a engravidar espontaneamente se houver redução do peso corporal com a prática de exercícios físicos e dietas apropriadas. As intervenções para redução do peso geralmente constituem o ponto inicial do tratamento. Objetivam melhorar a fertilidade e reduzir o risco de complicações obstétricas, sendo mais efetivas quando introduzidas como abordagem inicial.
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